A
Páscoa, antes de mais nada, tem de ser uma passagem. Já o foi, em
tempos antigos, para o Povo de Deus: uma passagem da escravidão, no
Egipto, para a liberdade na Terra Prometida. E eles recordavam
constantemente esse facto.
Com maior razão, também o foi com Jesus Cristo, como passagem para a libertação de todas as escravidões, do pecado e da morte.
Para nós não poderá ser apenas uma passagem de tempos, da Quaresma para a Páscoa, do Cristo morto para o Cristo Ressuscitado.
Uma
grande parte de nós tem uma ideia da Ressurreição de Cristo como um
mero acontecimento estático depois da Sua morte, o que é um erro, já que
a Ressurreição é também uma passagem em mim próprio, é toda uma vida
nova que me leva a empreender um esforço de reconversão (passagem),
libertando-me dos meus critérios mesquinhos, do meu egoísmo, dos meus
orgulhos, da mentira, do ódio, enfim, do mal.
Quando
isso acontece, alcançamos a Terra Prometida da vida nova de baptizados,
e podemos dizer que estamos a construir o nosso próprio processo de
Ressurreição.
A Ressurreição é, afinal, o nosso amanhã, é o nosso destino, que se concretiza já no hoje, no presente.
O
nosso grito de “ALELUIA” tem de ser verdadeiro, compreendido,
reconhecendo que Cristo está vivo na sua Igreja através do Seu Espírito,
no serviço aos pobres, aos doentes, aos frágeis, aos abandonados e aos
carentes; mas também na comunidade reunida em Seu nome, na Sua Palavra,
nos sacramentos, nas nossas relações, e em todas as experiências
gratificantes que nos fazem sorrir para a vida.Cristo ressuscitou!
Aleluia!