Se “Páscoa”
significa “passagem”, então, para os cristãos, celebrar a Páscoa é celebrar a
“passagem ” de Jesus Cristo pela história humana, com tudo o que essa passagem
implicou, inclusive, a passagem por excelência, como seja, a da morte á Vida.
Conforme o
testemunho dos mais próximos discípulos de Jesus, sabemos que Ele “passou pelo
mundo fazendo o bem”. Contudo, nem por isso deixaram de passar por experiências
tão difíceis ou incompreensíveis como o sofrimento, a paixão e a morte. No meio
de tudo isso, a inaudita novidade foi que no caso de Jesus a morte não foi o
fim da sua vida. Foi a “passagem” a uma outra vida. Dir-se-ia que foi a
passagem que incluía e encerrava todas as “passagens” que Jesus realizou entre
os seus contemporâneos e aqueles com que se cruzava no decurso da sua missão.
Era o que acontecia quando os fazia “passar” da doença à respectiva cura, de
modo à fé, do pecado à graça do perdão, da cegueira à visão, da situação de
“perdidos” a “encontrados”, da Cruz ao Reino de Deus, da exclusão à
reintegração, do particularismo religioso á universalidade do amor de Deus, da
desolação à esperança, a prostração ao pôr-se a caminho, do túmulo à
ressurreição. Foram imensas as “passagens” a que Jesus deu lugar!
Para os cristãos,
celebrar a Páscoa de Jesus Cristo é pôr-se a caminho, à semelhança de Maria
Madalena que, nada tendo visto no túmulo de Jesus, foi levar a notícia do
Ressuscitado aos Apóstolos, fazendo com que se levantassem da sua desolação e
de pusessem a caminho ao encontro do Ressuscitado.
A Páscoa de
Jesus convida os cristãos, mesmo apesar das suas fragilidades, a serem
facilitadores de “passagem” a todos quantos se encontrarem em situações de
impasse, prostrados ou abatidos, em ordem a uma vida liberta do império do mal
e da morte, na certeza de que o Ressuscitado está vivo e presente em todas as
situações por que passam todos os humanos.
Feliz Páscoa!